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Friday, March 25, 2016

Como nascem os golpes políticos.


Resenhando o livro: 1961 A crise da Renúncia E A Solução Parlamentarista, autor Amir Labaki, editora brasiliense , 1986.

O livro narra os detalhes  acerca da solução parlamentarista, proposta para a crise  institucional que se instalou no país após a renuncia do Presidente Jânio Quadros em 1961, e que resultou em um golpe de estado contra o vice-presidente João Goulart que na ocasião estava em missão diplomática na China.


O golpe encontrou resistência dentro das forças armadas e do meio político,  que resultou na campanha da legalidade, liderada pelo Leonel Brizola então governador do Rio Grande Sul.

Depois do impasse político,  veio a solução como um acordo parlamentarista com João Goulart assumindo a presidência, mas o poder de fato ficando com Tancredo Neves como primeiro ministro, sim Tancredo Neves avó de Aécio Neves, o mesmo que no jogo político atual  de 2016 cumpre o papel de um Carlos Lacerda, o lacerdismo foi o falso moralismo que combateu e sabotou o Governo Vargas, levando o ao suicídio em 1954, esse mesmo lacerdismo combateu Juscelino com várias tentativas frustradas de golpe, e finalmente o lacerdismo ajudou a eleger Jânio Quadros, mas este era um político centralizador e personalista, portanto coube  a Lacerda a confusão que culminou na renuncia de Jânio, o mesmo continuou seu lacerdismo hipócrita contra João Goulart, até resultar no Golpe de 64, e morrer sem direitos políticos em plena ditadura militar. Portanto feitas as ressalvas, Aécio Neves neste momento cumpre o papel de um senador derrotado nas urnas, mas que diante da sede de poder, lidera um boicote, uma oposição eleitoral a Presidenta eleita. 

É impossível entender 61, sem entender 54, ambos vão resultar em 64, é impossível entender o momento atual sem entender a história política brasileira e sobretudo 1961, um golpe  promovido a luz das tensões políticas e dos interesses eleitorais contra o regime democrático.

Há muitas semelhanças e muitas diferenças - A época por exemplo,  o vice presidente era eleito separadamente: João Goulart, personagem central de 61, foi eleito em 55 com mais votos que Juscelino Kubitschek, e reeleito em chapa diferente com poucos votos a menos que Jânio Quadros em 1960. 
"Ao contrário da tradição morgadora dos vices-presidentes, Gorlart deu auxilio impar a Juscelino"









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