Total Pageviews

Thursday, July 14, 2016

Sem açúcar e sem afeto




         
Não é segredo para quem me conhece o meu gosto por cafés. Minha mãe prepara o café assim que eu chego na sua casa e a saudade é logo  substituída por prosas amenas. Em BH já conheço vários cafés, inclusive  o do "Fora Temer" Kahlua, antes dele começar a carimbar comandas, logicamente voltarei lá para sentir o saboroso café com sabor de tira golpe. 

Adoro escrever enquanto tomo um café, é estimulante, é reflexivo. Eu levo a xícara de café a  boca e sinto o amargo, percebo assim por um insight que existe  poesia até mesmo na falta de afeto. Porque a ausência do carinho não é a causa é a consequência, a causa é a nossa dependência do engenho, digo da cana, do açúcar. Até para amar queremos sentir o melado e onde é que a poesia reside nisso já pergunta o ansioso leitor.

A poesia é justamente a não explicação dos nossos sentimentos, a falta de lógica de nossas decisões, de nossos gostos, até mesmo das sensações do nosso paladar, que no caso do meu se tornou demasiadamente dependente do açúcar. Mas o interessante é que sempre tem alguém nos facebooks da vida  para explicar e simplificar tudo com aquele post dizendo:  "se liga a vida não é uma beterraba qualquer", e neste caso o post tem razão a vida não é cana de engenho, não é rapadura, embora seja dura as vezes, a vida é o sal da terra, é a semente expansiva do universo.

Nesta parte, eu respiro, tomo mais um gole ainda amargo. E penso no auge das minhas pequenas mechas brancas de cabelo. Dane-se o açúcar.  E dane-se ainda mais os adoçantes.

O que achou da crônica deixe seu comentário.

No comments:

Seguidores

Blog Archive