O vale tudo eleitoral
Dizem que o universo é espiral, formado
pelo constante contraste entre as trevas e as luzes, além de lógicas
explicações, existem mistérios ilógicos que devem ser explicados por outras
formas sensoriais que ligam a humanidade ao sentido mais sentimental e menos
racional.
Dito isso. Após as eleições de
2014 e do vale tudo eleitoral a política brasileira virou um universo ilógico e
irracional. Não valem mais as premissas e os princípios que sustentavam o Estado
Democrático de Direito. No vale tudo a regra é quem tem poder joga o jogo.
Eleita com 54, 5 milhões de votos a
presidenta Dilma foi golpeada por um grupo organizado que não aceitou a derrota
eleitoral. Esse mesmo grupo que golpeou Dilma por ajustes fiscais não o faz com
o golpista denunciado formalmente pelo PGR por corrupção e obstrução da
justiça.
O fazer justiça foi substituído por
um judicialismo de holofotes com juízes e procuradores sonhando em ser Presidentes
ou astros da mídia, numa versão tupiniquim de games of thrones.
A sociedade diante do dantesco
espetáculo de disputa de poder aberta: com delações, vazamentos, traições,
assiste a tudo sem a menor reflexão, teleguiada por sofismas recebidos via
celulares e muitas vezes disposta a apertar qualquer botão para ver no que vai
dar ou até a desejar a volta dos alienígenas, alguns chegam a desejar que a
profecia numérica do apocalipse se cumpra com o fim do mundo numa desesperança
crônica.
Defender a Constituição e os princípios
democráticos para impedir a prisão noturna de Aécio Neves parecem valores
lógicos para qualquer republicano democrático, o problema é que o
republicanismo democrático pragmático praticado dava certo em tempos analógicos
mas deu errado em tempos digitais levando ao golpe do vale tudo. Aécio perdeu a
eleição, orquestrou o boicote a Dilma no congresso, pediu recontagem, esperneou, votou e orquestrou o golpe, votou pelo fim dos direitos trabalhistas.
Prega o fim do direito a aposentadoria. Como defender a Constituição para
alguém que está disposto a rasgá-la em nome do poder.
Independência e harmonia dos
poderes são princípios que devem ser sim preservados, mas não somente para
proteger um dos protagonistas do golpe e da política do vale tudo.
A culpa não é minha eu não votei no
Aécio!
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