Era uma grande arvore naquele arvoredo imenso a beira da
lagoa. Sob seus galhos e folhas eu via um sol amarelo vivo em tardes de
primaveras quando as flores silvestres embelezavam e perfumavam aquele cenário.
Aquela grande arvore pelo que soube, testemunhou tempos
antigos, amantes escondidos, violência bruta. Devia ter cerca de 100 anos, era
filha de outra velha arvore e sua avó servira de semente e sombra aos nativos indígenas
que ali viviam em tempos remotos. Sob aquela sombra em outros tempos redes
balançavam e ouvia o grito alegre das jandaias e de vez em quando até o canto hipnotizador
das Yaras que aquela época ainda habitavam a Lagoa e levava ao sono os jovens
guerreiros e penetravam nos sonhos dos velhos pescadores que dormiam debaixo da
grande arvore.
Era uma arvore com troncos fortes e raízes profundas que só
Deus sabe onde terminavam suas pontas terra adentro, diziam que aquelas raízes
conheciam a origem e os mistérios da vida.
No comments:
Post a Comment