Um espaço para experimentação literária e a publicação de Contos, Crônicas e poesias de Janio Ribeiro
Total Pageviews
Monday, September 30, 2013
"Todo jornal que eu leio diz que a gente já era, que já não é mais primavera..." Raul Seixas
Espaço reservado para a crônica de Setembro, um mês que se despede do calendário assim de repente como a saudade de uma partida, como a dor de uma despedida, e o vazio de um tempo que vai se embora, mas que insiste e mostrar as marcas, as feridas de um passado que continuam vivas...
Janio Ribeiro
Saturday, September 28, 2013
De 28 de fevereiro a 28 de setembro.
Com a licença poética, lá se vão 7 meses de retirancia as avessas,
de guerrilha na cozinha, de roupas sujas lavadas a mão ou em lavanderias qualquer,
de HI-FI no café da manhã da padaria da esquina
de HI-FI no café da manhã da padaria da esquina
de solidariedade de amigos, de clandestinidade.
De lágrimas de saudade escorrendo debaixo do chuveiro.
De ligações atenuantes interrompidas pela os afazeres da vida.
Da solidão no canto desejado do mundo.
De gestos desafiando Governos na efetividade de direitos.
De gestos desafiando Governos na efetividade de direitos.
De velhas cancões de amor ouvidas no radio do celular.
Do aperto do busão, vida de gado, povo feliz!
Da memória visitando o passado,
Dos recortes históricos de um tempo de constantes mudanças.
De olhar as crianças e ficar ali pensando numa menininha
que descobre o mundo novo a cada dia.
Da mente procurando o porque de uma filosofia sem resposta.
Contudo, agradeço mesmo assim pela oportunidade de aprender
com todas essas novas nuances da vida.
A solidão e uma amante perigosa dos poetas esquecidos.
Tuesday, September 24, 2013
Neruda é mais que saudade
Allende partiu doze dias antes resistindo ao golpe tirano,
primeiro socialista eleito na América Latina. viajou deixando
uma utopia possível para instigar nossa caminhada.
Neruda viajou logo em seguida, partiu deixando mais que saudade,
deixou palavras, sentimentos e poesias.
Allende nos deixou os gestos para sonhar em dias de primavera
Neruda, poesias para alimentar a alma em noites de inverno.
Lá se vão 40 anos. Neruda não poderia ter deixado Allende ir só.
E eles não estiveram por aqui em vão.
Viva Pablo Neruda! Viva Salvador Allende! Viva o Chile Socialista!
Janio Ribeiro
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo NerudaSaudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Sunday, September 22, 2013
É Primavera
É primavera
por Janio Ribeiro.
Finalmente ela chegou.
Mas estivemos com ela em junho nas ruas do Brasil.
E no mundo inteiro em tempos inesperados.
Em tempos de "chama de mudança" acesas.
Os ipês coloridos já festejavam sua chegada.
As rosas mortas tombaram dignas.
Os poderosos insistem de tempos em tempos,
Em apagar ela do mapa.
O formigueiro dócil muitas vezes esquece se dela,
Mas depois de uma linda noite de luar.
Ela surge radiante desafiando homens.
Apaixonando mulheres.
Mudando a História.
Em algum lugar do mundo
No coração pulsante da humanidade
Em todos os lugares que as luzes penetram:
É primavera!
por Janio Ribeiro.
Finalmente ela chegou.
Mas estivemos com ela em junho nas ruas do Brasil.
E no mundo inteiro em tempos inesperados.
Em tempos de "chama de mudança" acesas.
Os ipês coloridos já festejavam sua chegada.
As rosas mortas tombaram dignas.
Os poderosos insistem de tempos em tempos,
Em apagar ela do mapa.
O formigueiro dócil muitas vezes esquece se dela,
Mas depois de uma linda noite de luar.
Ela surge radiante desafiando homens.
Apaixonando mulheres.
Mudando a História.
Em algum lugar do mundo
No coração pulsante da humanidade
Em todos os lugares que as luzes penetram:
É primavera!
Marcadores:
22 de setembro. Janio Ribeiro,
A primavera chegou,
Primavera,
Vem a Primavera
Saturday, September 21, 2013
21 de setembro: Dia da Arvore
Era uma grande arvore naquele arvoredo imenso a beira da
lagoa. Sob seus galhos e folhas eu via um sol amarelo vivo em tardes de
primaveras quando as flores silvestres embelezavam e perfumavam aquele cenário.
Aquela grande arvore pelo que soube, testemunhou tempos
antigos, amantes escondidos, violência bruta. Devia ter cerca de 100 anos, era
filha de outra velha arvore e sua avó servira de semente e sombra aos nativos indígenas
que ali viviam em tempos remotos. Sob aquela sombra em outros tempos redes
balançavam e ouvia o grito alegre das jandaias e de vez em quando até o canto hipnotizador
das Yaras que aquela época ainda habitavam a Lagoa e levava ao sono os jovens
guerreiros e penetravam nos sonhos dos velhos pescadores que dormiam debaixo da
grande arvore.
Era uma arvore com troncos fortes e raízes profundas que só
Deus sabe onde terminavam suas pontas terra adentro, diziam que aquelas raízes
conheciam a origem e os mistérios da vida.
Tuesday, September 10, 2013
Lá se vão 12 anos e as perguntas permanecem!
Quem foi?
Por que?
O que teria sido de Campinas?
De Nossa Região Metropolitana?
De Indaiatuba?
São perguntas sem respostas que faço de vez em quando.
Entre muitas outras que permeiam minha mente.
Uma coisa é certa, quando a política se mostra impossível.
Quando me sinto exilado no interior do Ceará.
E a esperança tentar fugir.
Penso na dignidade da política.
E dentre muito homens e mulheres
que representam esse ideal:
Toninho está sempre presente!
E a utopia segue viva com a coragem de Mudar!
Monday, September 09, 2013
Efeito da Lua!
Hoje a noite,
A Lua encontrará com Vênus.
E a constelação de aquário
Repete a velha mensagem
Que já era transmitida
Nos tempos remotos da
Humanidade.
Viver sempre foi
Um grande ato maior
Que uma simples existência
Hoje a noite a Lua encontra com Vênus
Amanhã ela espia o Sol alimentando
As lentes do fotografo faminto
Que atento a cada cena registra
O romance astrológico com
Seus requintes de mistérios e
Cumplicidades...
Encontre novas fronteiras.
Crônicas do Exílio: Texto e foto de Jânio Ribeiro
Sentado numa cadeira numa Padaria do outro lado do mundo, ele toma seu café da tarde: Tapioca e café com leite, a tapioca é para dar sustância e o café com leite é para manter vivo o velho costume dos tempos de Minas Gerais e de São Paulo.
É uma segunda-feira. Em Fortaleza é mais um duro dia de trabalho para quem tem emprego, é dia de ressaca para quem foi ontem ao Castelão dançar ao som de Beyoncé, mas esse privilégio não é para muitos.
Na mesa de vidro um prato vazio com resquícios de farinha, do lado uma xícara com borra de café sobre um pires um pacotinho vazio de açúcar união com uma frase intrigante, quase um apelo: Encontre novas fronteiras.
Pensa nas muitas fronteiras que enfrentou no caminhar da vida, desde que nascera de 8 meses lá no Hospital Santo Antônio em Taiobeiras, cidadezinha que a época nem cabia no mapa, mas que sempre permeou seus sonhos, seus velhos e poéticos sonhos mineiros de igualdade e fraternidade. Reflete uns dois segundos sobre a tênue fronteira entre sonho e a realidade, entre fantasia e a arte e logo abre em sua memória o tempo quando a fronteira era entre o portão fechado de sua casa e as ruas, as velhas ruas de chão batido do Jardim Morada do Sol em Indaiatuba as quais jogavam bola, bete, queimada e outras brincadeiras de crianças da época.
A atendente recolhe tudo na mesa e trás uma comanda com o número 15, mas a frase do saquinho de açúcar insiste: "Encontre novas fronteiras". Talvez viver seja ultrapassar algumas fronteiras e sonhar seja ultrapassar muitas outras! O céu continua sendo o limite!
Sentado numa cadeira numa Padaria do outro lado do mundo, ele toma seu café da tarde: Tapioca e café com leite, a tapioca é para dar sustância e o café com leite é para manter vivo o velho costume dos tempos de Minas Gerais e de São Paulo.
É uma segunda-feira. Em Fortaleza é mais um duro dia de trabalho para quem tem emprego, é dia de ressaca para quem foi ontem ao Castelão dançar ao som de Beyoncé, mas esse privilégio não é para muitos.
Na mesa de vidro um prato vazio com resquícios de farinha, do lado uma xícara com borra de café sobre um pires um pacotinho vazio de açúcar união com uma frase intrigante, quase um apelo: Encontre novas fronteiras.
Pensa nas muitas fronteiras que enfrentou no caminhar da vida, desde que nascera de 8 meses lá no Hospital Santo Antônio em Taiobeiras, cidadezinha que a época nem cabia no mapa, mas que sempre permeou seus sonhos, seus velhos e poéticos sonhos mineiros de igualdade e fraternidade. Reflete uns dois segundos sobre a tênue fronteira entre sonho e a realidade, entre fantasia e a arte e logo abre em sua memória o tempo quando a fronteira era entre o portão fechado de sua casa e as ruas, as velhas ruas de chão batido do Jardim Morada do Sol em Indaiatuba as quais jogavam bola, bete, queimada e outras brincadeiras de crianças da época.
A atendente recolhe tudo na mesa e trás uma comanda com o número 15, mas a frase do saquinho de açúcar insiste: "Encontre novas fronteiras". Talvez viver seja ultrapassar algumas fronteiras e sonhar seja ultrapassar muitas outras! O céu continua sendo o limite!
Friday, September 06, 2013
Refundar a República e exercer a democracia
22/07/2009 |
Artigo do Janio
Refundar a República e exercer a democracia
No Brasil, nunca existiu uma República – e nunca existirá alguma, que mereça o nome, enquanto as classes dirigentes ficarem tão rente a essa barbárie que se rotula civilização e toma ares de democracia a brasileira.
Florestan Fernandes
A política brasileira precisa urgentemente de assertividade, de novos gestos, nova formatação, de uma cultura participativa, de um controle efetivo sobre as decisões do governo, sobre os orçamentos públicos, de transparência e de uma justiça menos complacente com os administradores públicos e legisladores.
Precisamos compreender que a democracia não se resume em votar a cada eleição e a Republica não é simplesmente a existência de três poderes burocratizados e fechados entre si em privilégios, ou de um senado moribundo que abriga velhacos que há décadas mandam em seus Estados e municípios, tampouco de uma imprensa livre do controle estatal, mas presa a interesses mercantis e privatista.
É certo que a conjuntura de denúncias, de privilégios, de desmandos envolvendo homens públicos, envolvendo não somente o senado, mas também magistrados da justiça e uma infinidade de administradores públicos fazem aumentar na sociedade ainda mais o desinteresse pela participação política. O paradoxo é que justamente por conta dessa situação é que a política precisa de nossa participação, de nossa mensagem de esperança, de nossa fé nos seres humanos, na classe trabalhadora, na união dos brasileiros de todas as classes sociais que acreditam na possibilidade de fazer política com idealismo, compromisso ético e justiça social.
É hora de rompermos de uma vez por todas com essa República de Marechal, com essa democracia de coronéis. É preciso nossa mobilização pela refundação de nossa Republica com participação popular, pelo exercício da democracia no dia-a-dia e o cumprimento pleno de direito básicos ao ser humano, como o direito à vida, a liberdade, a segurança, a moradia, a cultura, e tantos outros.
Precisamos implantar mecanismos que oxigene a democracia, porque há 25 anos a geração de nossos pais exigiu eleições diretas, agora é hora de exigirmos democracia direta, participação popular nas decisões dos governos e dos parlamentos, precisamos efetivar uma justiça que não faça distinção entre banqueiros e trabalhadores, que não inocente criminosos de “colarinho branco” e nem crimalize movimentos sociais.
Janio Ribeiro
Publicado originalmente em http://janioribeiro.zip.net/ em 22/07/2009
Escrito por Janio Ribeiro às 18h41 [ (4) Vários Comentários ] [ envie esta mensagem ] [ link ] |
Subscribe to:
Posts (Atom)