Imagens apenas ilustrativas |
Crônica de Janio Ribeiro
Outro dia entrei num café ali na Rua da Palha, digo
Pedro Gonçalves, peguei um Jornal Tribuna de Indaiá e comecei a folhear para
passar o tempo.
Mas não deu tempo de ler nem o editorial, quando a
atendente simpática perguntou se eu queria açúcar ou adoçante, meio distraído respondi
açúcar, a moça era linda, uma mulata da cor do Éden, mas não é sobre o pecado original,
que a minha mente se emaranhou naquela
manhã.
Senti o cheiro que eu gosto muito, aroma do café que
acabou de ser processado, abri o pacotinho de açúcar com aquela sentença:
Desfrute novas fronteiras ou algo assim! Pensei no velho casarão, no tempo do
engenho e no tempo do café.
Lembrei-me dos saudosos e saudosistas da velha Academia
Indaiatubana de Letras que nunca saiu do papel, e dos sonhadores da Sociedade
dos Escritores que se reuniram durante quase um ano, mas por decisão
democrática fizeram daquilo apenas um sonho e uma utopia. (Penna e Eliana Mattos
e alguns novos talvez se reúnem até hoje, mas sem a mesma periodicidade e os debates
acalorados presididos pelo jovem Gere Jeferson Canova).
Mas também não é sobre a literatura Indaiatubana, que cresce e aparece todos os dias, que quero
falar nesta prosa, nem sobre o velho casarão, nem sobre a beleza da mulata, sem
sobre o requintado e agradável aroma do café, é apenas e simplesmente sobre a
memória, de um dia qualquer, de uma Indaiatuba impar.
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