Já faz algum tempo, já não tenho mais aquele corpo magro,
aquela barriga negativada, nem aqueles cabelos grandes ao vento.
Lembro de antigos encontros e desencontros, são memórias
perdidas no tempo e recheadas de motivos e significados que nem lembro mais.
Minhas agendas guardam algumas lembranças, minha mente lembra
vagamente de vez em quando alguma imagem, algumas frases, alguns versos.
Algumas dúvidas permanecem as mesmas, os novos desafios são
sempre intrigantes, o histórico médico, se tivéssemos um consolidado, seria um grande
manual de nossa existência e das dores de cabeça e de barriga que acumulamos na
caminhada. Quando a agulha encontrou minha veia para o exame de sangue
hoje pela manhã, lembrei da labirintite, renite, gastrite, esofagite, e
tantos ites da vida, nem sempre paramos para um balanço ou uma reflexão.
O que nos conecta ou nos desconecta a tudo? Lembro que li no
caderno Ciência na Folha de São Paulo de uma sexta-feira 30 de março de 2012
que as fibras que ligam as conexões cerebrais se organizam como as de um
tecido: “É como se, em vez das vielas e ladeiras do centro de São Paulo, o cérebro tivesse avenidas planejadas, como as de Brasília, por exemplo,
comparava a época a reportagem.
Fico pensando se uma ressonância magnética do meu cérebro traria o mesmo resultado, o pesquisador Van Wedeen citado na matéria diz que “ a conectividade
é mais complexa do que a grade de fibras que estamos vendo agora, mas não
sabemos o quão é complexa”
E se quem sabe um programa pudesse fazer um backup de
minha memória e ajudar a desvendar o emaranhado de palavras que permeiam minha
mente, e os sentidos e sentimentos que confundem meu coração.
É isso, acho!
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