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Monday, November 26, 2012

Rima Pobre para a queda do Google e outras quedas








        A ação do Eike caiu
        O Plural saiu
        Plutão caiu
        O Palmeiras caiu
        O Mano caiu
        A ilha sumiu
        O Vieira caiu
        O Guarani caiu
        O prefeito de férias saiu
        Quando o Secretário caiu
        O Dinheiro sumiu
        Ninguém sabe e ninguém viu
        A rima saiu
        Porque o Google caiu.
       
                                                         

Saturday, November 24, 2012

Caminhadas...



 por janio ribeiro

  A crônica de ontem queimou no forno. Foi escrita mas não publicada por um motivo simples: coisas da vida. Resolvi fazer caminhada no Parque ( urbanizado) que oficialmente é chamado de Ecológico, mas que originalmente se chamava Fernando Afonso de Collor Mello, é isso mesmo em homenagem ao Presidente cassado. Minha esposa e filha ficaram por ali,  próximo a Praça Elis Regina, que já se chamou Praça do Chafariz, ponto turístico muitos visitado antigamente pelo indaiatubanos para namorar. Atravessamos  a ponte em visita pequena ilha que existe ali  que logo  foi batizada de  "ilha pirata" pela Clarinha. Atravessei a ponte e segui minha caminhada sentido bairro centro. Depois do pré-aqueciemento dei passos suaves e comecei a respirar. Senti o clima seco e o cheiro de grama cortada, passei pelo Lago do Explanada, bairro de Indaiatuba, nada ver com Lago das Explanadas em Brasília,  pela vereda perdida, pelo manguezal proximo ao Objetivo, atravessei a rotatória e passei pelas goiabeiras floridas, pelos eucaliptos, pela ponte do cisne, e atravessei na ponte de agua suja proximo a  Le Triskell, um pedacinho da França em Indaiatuba,  lembrei que uma vez levei uma namorada lá, ela adorou a noite a francesa, eu passei fome e estourei meu orçamento. Seguindo  vi umas arvores com frutas  redondas que meu pai dizia ser comida de lobo, não sei até  hoje se é verdade, alguns passos adiante  vi um garoto desenhando no caderno, pelo jeito seu objeto  era o homem que pescava logo abaixo.  Minhas pernas já davam sinais de cansaço quando cheguei ao gramado onde os meninos treinam beisebol, ouvi minha filha gritando: "papai, papai", e olhando para o lado oposto, onde ela vira eu partir,  havia terminado a caminhada e encontrado a piratinha novamente. Falei tudo isso só para justificar o porquê de não ter publicado a cronica que fora escrita ontem falando da queda do  Mano Menezes da seleção e de outras coisas futeis da vida. É que esqueci do computador enquanto viajava um pouco por pelas margens do Barnabé e pelos córregos da memória. 

Thursday, November 22, 2012

Música, seios e ilhas perdidas




Vamos à crônica do dia! Ela tem que ser escrita no ritmo de uma música em homenagem ao dia desta que é uma das artes mais antiga e mais bela da humanidade. Como já aprendemos: quem canta os males espantam não é? Parabéns a todos os profissionais da música e aos artistas que tem a sensibilidade para encantar o mundo com composições belíssimas acompanhadas de lirismo e mensagens de esperança, paz e remediando a inquietude de nossa alma.

      Empossado o primeiro presidente negro do STF, indicado Ministro pelo primeiro presidente operário da República e empossado Presidente da Corte no mandato da primeira mulher Presidente do País. Um sinal claro de que os tempos definitivamente são outros. E na posse ele disse que "É preciso reforçar a independência do juiz. Afastá-lo desde cedo das más influências", será que ele sabe que tem cidade no interior de São Paulo em que o Judiciário é uma mera extensão do Executivo.
       E no Rio uma manifestação inusitada: "Seios à mostra contra a prostituição". E Rio de Janeiro continuou lindo - Duas ativistas brasileiras do grupo Femen invadiram, na manhã desta quinta-feira, o Hotel Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, para realizar um protesto contra o turismo sexual. Segundo o jornal “Extra”, elas driblaram a segurança e conseguiram chegar até a sacada do hotel, onde tiraram as blusas e ficaram com os seios à mostra, provocando um rebuliço entre os hóspedes. De lá, as duas gritavam frases de protesto, como “Turistas sexuais, vão embora” e “O Brasil não é bordel”.
         E enquanto os seios estavam à mostra no Rio por uma causa justa. Uma ilha sumiu no Pacífico Sul o que deixou cientistas, exploradores, cartógrafos e até o Google intrigados. Fico pensando se não seria a famosa Atlântida da literatura? Ou quem sabe a famosa e histórica ilha da utopia? Ou até mesmo a ilha da imaginação infantil: a terra do nunca.
           Desejo melhoras ao Luis Fernando Veríssimo, ao Oscar Niemeyer e vou dormir ouvindo música, pensando em seios e nas ilhas perdidas do mundo.



 

Wednesday, November 21, 2012

Plutão também foi rebaixado. Segunda Divisão não é o fim do mundo


                                           Eixo da Terra e Rebaixamento de Plutão 

     por janio ribeiro

   Sei lá. Ando meio desconfiado que o mundo anda girando meio de ponta cabeça. Os fatos estão ai para provar o que falo. O nosso Corinthians campeão da Libertadores e o Palmeiras rebaixado para a segunda divisão, nem o mais fanáticos dos corinthianos sonhara com algo assim.

   Mas não é só. Vejam na Economia: EUA em crise, Europa em crise e o Brasil surfando na crista da onda, dando conselhos em audiências internacionais sobre economia e etc.

   No mundo da política a grande novidade é o Domínio do Fato. O fato (sentenciado pela mídia)  é que está dominando no STF. Provas para que se é possível condenar sem,  principalmente se é contra o PT, agora contra o PSDB ou banqueiros amigos podem continuar contando com liminares e habeas corpus inclusive aos domingos e feriados. Na verdade, a teoria do domínio do fato é mais ou menos assim, se uma versão é repetida pela mídia desde 2005, depois de 7 anos ela vira fato, mesmo que não tenham extratos nem batom na cueca nem nada, o que conta mesmo é que a justiça seja feita de algum modo.

   Numa cidade chamada Indaiatuba, não confundir com Ubatuba pelo amos de Deus,  dinheiro público não é mais para investimentos sociais não. É para especulação mesmo. O prefeito hereditário ( 5 eleições) aplicou cerca de 50 milhões num banco de risco falido. Roleta Russa com Dinheiro do contribuinte.

    Até na astrologia a coisa está complicada. Touro já não combina com Era de Aquários e por ai vai. Sei lá se tem mesmo isso na Astrologia. O fato é que  até acharam um planeta novo: Makemake, de um grupo de planetas anões, tem um um tal de Éris é irmão gémeos de Plutão, que aliás também foi rebaixado e integra agora um grupo solar de 5 planetas, uma espécie de segunda divisão do universo.

    Definitivamente o eixo da terra mudou, mas desconfio que ainda não é fim do mundo.

Sunday, November 18, 2012

Literatura: Philip Roth


'Escrever é estar errado, é se frustrar'

Exclusivo: leia a seguir a entrevista de Philip Roth à revista francesa Les InRocKuptibles, na qual anunciou o fim de sua carreira – informação confirmada na última semana por seus editores

17 de novembro de 2012 | 8h 11

NELLY KAPRIÈLIAN - 'LES INROCKUPTIBLES'
Num dia de muito vento do outono nova-iorquino (obs.: entrevista realizada em setembro e publicada em outubro), Philip Roth nos recebeu em grande forma no seu vasto apartamento minimalista em Upper West Side para falar sobre o lançamento, na França, de um dos seus mais belos romances: Nêmesis. Um retorno à Newark nos anos 40, onde acompanhamos Bucky Cantor, um jovem perfeito, devotado às crianças das quais se ocupa e àqueles que ama, preso na tormenta de uma epidemia de poliomielite.
O escritor Philip Roth  - Douglas Healey/AP
Douglas Healey/AP
O escritor Philip Roth
Difícil falar de Nêmesis sem revelar seu final. Digamos apenas que, não obstante a vontade do herói de fazer o bem, ele se torna um instrumento do mal, e Roth realiza uma nova façanha num romance cuja construção é perfeita. O narrador só surge na página 90 para desaparecer depois e só reaparecer no fim, quando encontramos Bucky 30 anos mais tarde, num último capítulo tão abrupto e cruel quanto o derradeiro de Suave É a Noite, de Scott Fitzgerald.
Nêmesis é a deusa grega da justiça, da vingança, da cólera. Se Philip Roth construiu seu romance em forma de tragédia, ela é uma tragédia desprovida de moral, portanto, humana e contemporânea: a doença e a morte não têm nenhum sentido. Nêmesis evolui num grande e belo texto metafísico sobre a noção do acaso e da responsabilidade na vida de uma pessoa.
De todos os seus romances, Nêmesis parece ser aquele em que o senhor expõe sua própria visão da existência.
Na verdade, penso que tudo na vida é uma questão de sorte ou azar. Não creio na psicanálise, nem num inconsciente que nos orientaria nas nossas escolhas. Temos apenas a sorte ou não de certos encontros que serão bons ou ruins para nós. Minha primeira mulher, por exemplo, revelou-se uma criminosa – ela furtava incessantemente, mentia, etc. Ora, eu não a escolhi por isso, detesto criminosos. Mas aí está, tive o azar de me casar com uma pessoa assim. Os psicanalistas diriam que eu a escolhi inconscientemente. Não acredito, mas de certa maneira isso confirma meu ponto de vista segundo o qual, diante da vida, somos inocentes. Existe uma forma de inocência em cada um de nós na maneira como abordamos nossas vidas.
Nêmesis se insere num grupo de quatro livros intitulado Nemeses (com Um Homem ComumIndignaçãoHumilhação). Como eles se relacionam?
Todos enfocam o tema da morte de um ponto de vista diferente. Em cada um desses livros, o personagem tem algo a fazer com sua "nemeses", termo muito em moda nos Estados Unidos e que poderíamos definir como fatalidade, azar, a força que ele não pode superar e que o escolheu como vítima. Em Nêmesis, essa nemeses poderia ser a poliomielite, mas no caso de Bucky Cantor, na verdade, são seus problemas de consciência. O que sempre me interessou como escritor, e isso depois de um dos meus primeiros romances, Letting Go, são aqueles seres que têm um sentido extremo, no fundo desnecessário, da sua responsabilidade. Bucky é um homem que se define apenas pela sua virtude, o que é muito perigoso. Não é somente a poliomielite que vai arruinar sua vida, mas sua aspiração à responsabilidade total.
Em que sentido a poliomielite lhe interessou?
Em primeiro lugar, porque é um assunto novo para mim, jamais escrevi a respeito disso; em seguida, porque, para pessoas que, como eu, nasceram nos anos 20 ou 30 nos Estados Unidos, a poliomielite teve papel muito importante, pois antes da vacina, que surgiu em 1955, vivíamos sob essa ameaça, que nos deixava aterrorizados. Foi somente depois de ter escrito Nêmesis que compreendi a relação com meu romance O Complô Contra a América: nos dois casos, imagino uma tragédia que atinge a comunidade judaica de Newark nos anos 40 – de onde venho. No caso de Complô, eu inventei a ameaça, a Nemese (o nazista Charles Lindbergh se tornando presidente dos Estados Unidos). Em Nêmesis é a poliomielite, que existia, salvo que não se registrou uma epidemia em 1944. E, além disso, a doença é a forma mais extrema de azar: ela o ataca de repente e você não pode fazer nada.
Além dessa questão do azar, o que interessa ao senhor é escrever sobre o que fazer com ele e como o homem reage às coisas que lhe acontecem.
Se temos a impressão de que Bucky desperdiça sua vida ao renunciar à sua noiva, para ele, que deseja ser a encarnação da palavra "responsabilidade", ter sucesso na vida é renunciar a ela, mesmo que isso o condene à solidão. Mas não faço nenhum julgamento a respeito, quis apenas colocar a questão. É assim que encaro meu trabalho de escritor: o que ocorre face a uma epidemia de poliomielite? O romance foi escrito para levantar perguntas, não dar respostas. Não escrevo livros filosóficos.
Entretanto, Nêmesis aborda temas como o destino, o acaso, o sentido da vida...
Devo confessar que não sou muito propenso à abstração. Não penso dessa maneira. E quando uma conversa envereda pela metafísica ou filosofia, eu durmo. Tudo o que me interessa, verdadeiramente, tudo o que sei fazer é contar uma história. Se me falam de abstração, tenho a impressão de ter 10 anos, não compreendo mais nada e sou tomado pelo sono.
Seus últimos livros são atormentados por uma ameaça. Até que ponto o fato de ter sido uma criança judia durante a guerra o influenciou?
Tive uma infância muito protegida. Meus pais jamais se divorciaram, vivi numa comunidade 99% judia e assim não fomos afetados pelo antissemitismo. Claro que, de 8 a 12 anos de idade, o país estava em guerra e fiquei muito interessado pelo conflito. Todas as gerações que atravessaram a 2.ª Guerra Mundial, seja na França, na Alemanha ou aqui, ficaram marcadas pelo resto da vida. A outra ameaça, real, foi a poliomielite: a cada verão, quando passávamos o dia brincando fora, as pessoas falavam da poliomielite. Não nos preocupávamos, até que um dos amigos morreu. Mas você sabe, não acho que a biografia de um escritor tem algo a ver com seus livros.
Então, o que o leva a escrever?
O desejo de fazer uma experiência, o "what if" (e se?). E se tal e tal coisa ocorresse, o que sucederia? Começo todos os meus livros com este "e se?". Por exemplo: "E se uma epidemia de poliomielite atingisse a comunidade de Newark em 1944?".
O senhor não gostaria de começar a escrever "E se... este tipo genial esposasse esta mulher maravilhosa e eles vivessem felizes?" A felicidade não é uma força propulsora da escrita?
Mas já escrevi esse livro! Há anos, quando concebi O Professor de Desejo, quis escrever sobre um fenômeno muito comum sobre o qual não se lia muito: se duas pessoas se apaixonam e se casam, o que acontece? Ou o sexo desaparece, a sexualidade entre os dois desaparece. O casamento é o caminho que leva diretamente à castidade. Portanto, veja você, comecei a escrever O Professor de Desejo sobre uma situação feliz, mas que leva a um verdadeiro problema.
Um problema autobiográfico?

Seria muito fácil acreditar que o escritor não se expressa sobre o que sucede em sua vida. A maior parte do tempo escrevo sobre o que não acontece comigo porque sou curioso. Um escritor pode se sentir atraído por temas que estão mesmo muito distantes do seu universo. O que interessa é o que vai provocar nele aquele impulso para escrever, que vai engendrar uma energia verbal. Alguns temas têm esse potencial, outros não.
O senhor sabe por quê?
Absolutamente. Aliás, há algum tempo parei de querer saber a razão. Cheguei ao apogeu da minha vida: hoje sei que não sei. E tenho dificuldade para novos temas. Para mim, escrever sempre foi uma coisa muito difícil. O problema é que, ainda criança, me apaixonei pela literatura. Mais tarde, eu me disse que poderia ser escritor. Então tentei e, até certo ponto, deu certo. Se pudesse fazer alguma coisa melhor, creia-me, teria feito com prazer. Mas no início foi estimulante, então continuei.
O senhor ainda tem desejo de escrever?
Não. Aliás, não tenho intenção de escrever nos próximos dez anos. Devo confessar que vou parar de escrever. Nêmesis será meu último livro. Veja o caso de E.M. Forster, ele parou de escrever ficção em torno dos 40 anos. E eu, que lancei um livro atrás do outro, não escrevi mais nada há três anos. Preferi trabalhar nos meus arquivos para enviar documentos para meu biógrafo. Eu lhe enviei milhares de páginas que são lembranças, mas não literárias, que não podem ser publicadas do modo como estão. Não quero escrever minhas memórias, mas quis que meu biógrafo tivesse material para seu livro antes da minha morte. Se eu morrer sem lhe passar nada, por onde ele vai começar?
Mas durante esta entrevista o senhor afirmou que a vida de um escritor não influencia forçosamente o seu trabalho e o senhor acha importante que se escreva a sua biografia?
Não tenho escolha. Se tivesse, preferiria que não houvesse uma biografia sobre mim, mas sei que serão publicadas biografias após a minha morte, portanto, melhor me assegurar de que uma seja exata. Blake Bailey fez um excelente trabalho sobre a vida e obra de John Cheever, que era um dos meus amigos e era difícil fazer uma biografia sobre ele porque, homossexual e alcoólatra, passou quase toda a sua vida se escondendo. Bailey me contatou, passamos dois dias inteiros conversando e ele me convenceu. Mas não vou controlar o seu trabalho. De qualquer modo, 20% serão dados falsos, mas é sempre melhor do que 22%.
O senhor já começou a preparar seus arquivos para depois da sua morte?
Quando Blake Bailey já não precisar de mais documentos, pedi a meus testamenteiros, meu agente Andre Wylie e uma amiga psicanalista para que os destruíssem após a minha morte. Não quero que meus documentos pessoais fiquem por aí girando de um lado para outro. Ninguém deve lê-los. Todos os meus manuscritos já estão na biblioteca do Congresso desde os anos 70.
Como encara tudo o que escreveu?
Aos 74 anos (obs., hoje ele tem 79) percebi que não tinha mais muito tempo, então decidi reler os romances que adorei quando tinha 20, 30 anos, porque são esses que não relemos jamais. Dostoievski, Turgueniev, Conrad, Hemingway. Quando terminei, decidi ler todos os meus livros, começando do fim: Nêmesis. Até me cansar, e antes de O Complexo de Portnoy, que é imperfeito. Queria ver se perdi meu tempo escrevendo. E achei que foi mais um sucesso. No fim da sua vida, o boxeador Joe Louis disse: "Fiz o melhor que consegui com o que eu tinha". É exatamente o que eu diria do meu trabalho: fiz o melhor que pude com o que eu tinha. E, depois disso, decidi parar com a ficção. Não quero mais ler, nem escrever, nem mesmo falar. Consagrei minha vida ao romance: eu o estudei, ensinei, escrevi e li. Excluindo praticamente todo o resto. O suficiente! Não aprovo mais esse fanatismo pela escrita que tive durante toda a minha vida. A ideia de encarar ainda uma vez a escrita me é impossível!
O senhor não está exagerando um pouco?
Escrever é estar o tempo todo errado. Todos os seus rascunhos contam a história dos seus fracassos. Não tenho mais energia para a frustação nem força para me confrontar. Porque escrever é se frustrar: passamos nosso tempo escrevendo a palavra ruim, a frase ruim, a história ruim. Nós nos enganamos incessantemente, fracassamos o tempo todo e vivemos assim numa perpétua frustração. Passamos o tempo a nos dizer: isto não está bom, vamos recomeçar; isto não está nada bem, e recomeçamos. Estou cansado de todo este trabalho. Estou num momento diferente da minha vida; perdi todo o fanatismo. E não sinto nenhuma melancolia.
Então, nunca mais haverá um novo romance de Philip Roth?
Não acho que um livro a mais ou a menos mudará qualquer coisa do que já fiz. E se escrever um novo livro, provavelmente será um fracasso. Quem precisa ler mais um livro medíocre?
Não tem vontade de escrever sobre a América hoje?
Não conheço mais nada da América de hoje. Vejo na TV. Mas não vivo mais aqui.
Para encerrar, uma palavra sobre política. Estamos a dois meses da eleição. O senhor acha que Romney tem chance contra Obama? 
Não, mas por boas razões. Ele não tem nenhuma aura e até os americanos já começaram a perceber a que ponto ele é maçante. Se vencer, será um desastre. Os presidentes americanos de direita são sempre um desastre. Ao passo que Obama me impressiona sempre. Fazia muito tempo que não tínhamos uma inteligência como a dele na Casa Branca. Votarei novamente nele. Mas sabe, não gosto de falar de política. Quem sou eu para dar minha opinião em política? Sou apenas um cidadão como qualquer outro. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 

Saturday, November 17, 2012

Aos rebaixados...



                     Segunda Divisão não é fim do mundo.
                     Profecia Maia é Conto de Fada.
                     Qualquer dia nos vemos na Primeira Divisão.
                     No futebol ou no tapetão
                     Se o mundo não acabar.


                   

Friday, November 16, 2012

Viva Saramago!


Hoje ele completaria 90 anos,comunista sem partido, premio nobel de literatura, português,
polêmico, corajoso, alegórico.
Só li um livro dele: "O evangelho segundo Jesus Cristo"  mesmo assim o admiro.



Thursday, November 15, 2012

Repúblicas e Golpes


   Repúblicas diversas...
 
  Deram uma volta montados em cavalos
  no  Quartel e pronto.
  Estava proclamada a
  República.

  O povo nem sabia
  nem participou...,
  quando digo povo
  não me refiro a elite
  da época.
 

 Inventaram uma República
 Sem morte do Rei,
 Sem canções de amor,
 Sem sangue...

 Bancada pelos Barões do Café
 e protagonizada pelo Marechal
 de plantão...

 Barões dos Meios de Comunicações
 Procuram alguém que se proponha
 a façanha de um novo golpe.

Para fazer uma República que não caia
na tentação ousada  de eleger um operário
e depois uma mulher.

Não foi isso que sonhou os republicanos de 1889.
Nem os democratas de 64.



Tuesday, November 13, 2012

Literatura erótica para as mulheres: os mais lidos no momento


AMOR E SEXO SEXO 13/11/2012

Sylvia Day, escritora da trilogia erótica “Crossfire”, dá dicas de sexo para as mulheres

Em entrevista a Marie Claire Online, a escritora americana fala sobre seus livros, considerados mais apimentados que a trilogia “50 tons”, e diz que seu toque pessoal nas histórias ajuda a aproximar os leitores do romance

Por Graziela Salomão
   Getty Images
Sexo é a palavra da vez no mundo literário - principalmente quando o assunto é escrito por e para mulheres. Elas têm aproveitado a oportunidade que a trilogia “50 Tons de Cinza” abriu para soltarem sua imaginação com a série de livros soft porn lançados recentemente por diversas editoras. Outro grande sucesso que mexeu com o público feminino é a série “Crossfire”, da americana Sylvia Day. Também uma trilogia, o segundo volume “Profundamente Sua” (Editora Paralela) chega ao Brasil em 28 de novembro.
A autora não se intimida com as comparações com a série de sucesso da inglesa E. L. James. “Acho que esse é um ponto de referência mais fácil para os leitores novos no gênero. Aqueles que leram os dois livros percebem rapidamente a diferença entre eles”, explica. Seu primeiro livro foi considerado mais picante do que “50 Tons”.

Day narra a história de Eva Tramell, de 24 anos, que conhece o bilionário Gideon Cross – considerado o homem mais sexy do mundo na visão da jovem (sim, você já viu esse enredo antes...). Gideon imediatamente se interessa pela garota, que tenta resistir às investidas do bilionário mas, claro, não consegue. A relação intensa que se inicia entre eles, recheada de muito sexo, pode ser a chave para um futuro feliz ou trazer de volta traumas do passado, como o abuso sexual que Eva sofreu na infância. “A questão é: seria possível para dois sobreviventes de abuso sexual terem um relacionamento romântico que funcione?”, diz a autora a Marie Claire, refletindo sobre a discussão proposta por sua trilogia.

Na entrevista dada ao site, Sylvia Day fala sobre o sucesso dos soft porns entre as mulheres e revela por que decidiu escrever livros eróticos. Ela também dá cinco dicas especiais de sexo para você conquistar um homem na cama.  
Editora Globo
MC - Por que você escolheu a literatura erótica?
Sylvia Day -
 Eu escrevo aquilo que eu gosto de ler.
MC- Você se inspirou em suas próprias fantasias eróticas quando escreveu a trilogia?
SD -
 Claro! Esse toque pessoal ajuda a história a se conectar com os leitores.

MC - Você acredita que os leitores brasileiros são mais liberais a esse tipo de romance do que os americanos?
SD -
 Acho que há um equívoco em dizer que os americanos são puritanos e avessos a abraçar a sua sexualidade. É uma generalização. Muitos americanos alimentam a sua sexualidade e divertem-se com um bom sexo. Somo humanos, afinal.
++ Leia mais: “Cinquenta Tons de Cinza”: fatos que você precisa saber sobre a trilha sonora

MC - Alguns críticos sugerem que os leitores de trilogias eróticas como “Crossfire” são os antigos fãs de “Crepúsculo”. Eles cresceram e desejam livros mais “adultos”. O que você acha disso?
SD -
 Eu concordo. Muitos de meus fãs me disseram que também são de “Crepúsculo”. Eles encontraram uma conexão emocional intensa parecida entre os personagens de “Crossfire” e os de “Crepúsculo”.

MC - Muitas pessoas dizem que esse novo tipo de romance, o “pornô soft”, estaria salvando o casamento de algumas mulheres. Você acredita nisso?
SD -
 Alguns leitores me disseram que a leitura dos meus livros os levaram a ter um sexo mais frequente e satisfatório com seus parceiros. Se o sexo é bom o suficiente para salvar um casamento em crise? Acho que não, mas pode fortalecer uma relação através da construção de intimidade.
   Reprodução


MC - De acordo com alguns críticos, a principal questão do livro seria a possibilidade de uma vítima de abuso sexual ter uma vida normal no futuro (principalmente entre quatro paredes). Qual é a sua opinião sobre isso?
SD -
 Isso não é bem verdade. A questão é: seria possível que dois sobreviventes de abusos sexuais tenham um relacionamento romântico que funcione? Não é sobre se eles podem ou não fazer sexo de forma agradável após o trauma, mas sim sobre se eles podem ou não confiar em alguém profundamente, o suficiente, para ter uma conexão forte e saudável do ponto de vista romântico. A incapacidade de estabelecer a confiança com um amante é uma luta para quem sobreviveu a esse tipo de abuso.

MC - Você já escreveu "Entwined with You" (último romance da trilogia, ainda sem título em português)? O que os leitores podem esperar?
SD -
 Não, ainda estou trabalhando em "Entwined". “Profundamente Sua” era mais uma história de Eva. Já "Entwined" é uma história de Gideon. Eles vão trabalhar em conjunto para que ele enfrente seus demônios do passado e descubra do que precisa se livrar para seguir um futuro com Eva.
++ Leia também: “Cinquenta Tons de Cinza” ajuda você a liberar seu lado periguete

Quer ser uma amante avassaladora? Veja cinco dicas de Sylvia Day:

1.
 Separe um tempo para o sexo. Faça disso uma prioridade.
2. Permita-se coisas que a façam se sentir atraente como um novo corte de cabelo, uma novo vestido ou uma lingerie, ou “aquele” batom...
3. Seduza seu parceiro e o coloque no mesmo estado de espírito que você. Envie mensagens sexy durante o trabalho, chame-o para almoçar, mande fotos de um vinho que você escolheu ou de uma vela acesa. Tome cuidado para não enviar fotos que você não gostaria que outras pessoas vissem.
4. Diga a ele explicitamente o que você quer. Os homens querem agradar as mulheres – diga a eles como.
5. Repita todos os itens acima frequentemente. O sexo não deve ser um prazer raro.

Sunday, November 04, 2012

Modernistas...




           

Mostra no Rio revê ambições intelectuais de Mário de Andrade e seus interlocutores

'Cartas do Modernista' será aberta no próximo dia 13 no Centro Cultural dos Correios

04 de novembro de 2012 | 11h 23

Roberta Pennafort / RIO
"Mário, como te disse,
'Tendências más' ressaltadas por Lasar Segall - Reprodução
Reprodução
'Tendências más' ressaltadas por Lasar Segall
Quero fazer teu retrato.
Não é obra de tolice,
Pintarei com maneirice
Cheio de amor e recato:
um homem alto sentado
os dedos cruzados.
Alma lírica (cuidado
na gravata) cuidados
meus na expressão do olhar...
Mário, vamos começar?
Tela de um metro por 70
É nessa base que se assenta
a medida pura
dos retratos do quatrocento
retrato feito de pintura
e de pensamento.
Espero ordem tua:
moro 105 Rua
Asdrubal do Nascimento"
Datados de 25 de março de 1935, os versos rimados são de Di Cavalcanti para Mário de Andrade. É um retrato transcrito do pintor para o escritor - o quadro prometido nunca saiu.
A vasta correspondência do intelectual força motriz do modernismo já rendeu mais de 30 livros. No entanto, ainda existe material inédito a ser revelado. Como o poeminha de Di, a quem ele chamava de "mulatista-mor da pintura brasileira".
A publicação mais recente é Mário de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda: Correspondência (Companhia das Letras/Edusp/IEB). Lançado na semana passada, o volume mostra uma conversa São Paulo-Rio de apenas 31 cartas, mas que perdurou entre os anos 1920 e 40 e passou por temas como o ideário e as realizações do grupo modernista, opiniões sobre a obra de um e de outro, além de apreciações sobre as duas maiores cidades do Brasil.
Poeta e romancista, catalisador da vanguarda paulista, o autor de Macunaíma, que viveu (de 1893 a 1945) para pensar e escrever, está exposto em palavras e imagens em Cartas do Modernismo, exposição que será aberta no próximo dia 13 no Centro Cultural Correios, no Rio.
A curadora, Denise Mattar, propôs a mostra para este espaço por conta do assunto afim - com isso, o nonagenário da Semana de Arte Moderna, que passou praticamente em branco na cidade neste 2012, ganha a sua reflexão carioca.
O foco está nas artes plásticas, mais especificamente na onda levantada em 1922, e há destaque também para indiscrições, disputas e picuinhas cultivadas entre os artistas (as brigas com Oswald de Andrade, relatos de bebedeiras, a necessidade de trabalhar para a sobrevivência, enquanto outros de seu grupo tinham dinheiro de família).
Os destinatários são interlocutores próximos: Tarsila, Anita Malfatti, Candido Portinari, Enrico Bianco, Cícero Dias, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Victor Brecheret e Henriqueta Lisboa. Todos já tiveram diálogos com Mário publicados antes.
Mas a exposição traz novidades: por exemplo, a exibição de cartas que falam sobre determinadas obras dos artistas ao lado dos quadros em questão. Como a inspirada comparação dos retratos dele feitos por Portinari e Lasar Segall (abaixo), enviada ao amigo radicado no Rio.
"A relação era de muito afeto, Mário como um irmão mais velho (dez anos). Ele se orgulhava de ter sido a primeira pessoa a descobrir o talento do meu pai", conta João Candido Portinari, que deve lançar em 2013, nos 110 anos de nascimento de Portinari, um volume com as cartas trocadas pelos dois (já existe um somente com as de Mário).
O Violinista, quadro que fez Mário olhar para o jovem Portinari no Salão Revolucionário de 1931 (aquele que abrigou pela primeira vez, artistas de perfil modernista), estará na mostra. E mais dois retratos de Mário, o de Segall e um de Enrico Bianco, aluno de Portinari e seu colaborador. O visitante vai ver ainda obras de Anita, Di, Cícero e Ismael Nery, entre outros.
Raridades nunca exibidas são as cartas ilustradas a guache, nanquim e lápis, de remetentes como Cícero, Di, Brecheret e Menotti del Picchia. Os desenhos podiam estar no centro do papel, com textos em volta, ou à parte, como o cartão de Natal em linóleo mandado em 1940 por Quirino Campofiorito. Mário, vez ou outra, também desenhava: com humor, retratou-se caindo do bonde num relato a Anita.
Entre as muitas cartas de e para Drummond e Bandeira, interessou à curadoria aquelas em que ele fala de aspectos nacionalistas da pintura que desejava ver. Elas estarão próximas de Di - para Mário, o mais brasileiro dos artistas. Está nessas escolhas o caráter pedagógico da exposição. "A correspondência do Mário é interessantíssima, e agora estará ao alcance de um público maior. O volume do Bandeira, por exemplo, é um tijolo de 740 páginas", diz Denise Mattar.
O material veio do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, que guarda e analisa o acervo de Mário (bibliografia, manuscritos, cartas, obras de arte), e também do Projeto Portinari e de coleções particulares.
A maioria das cartas será apresentada em versão fac-símile, por sua fragilidade; uma parte foi transcrita, para facilitar a compreensão (a caligrafia nem sempre é clara); outra, será ouvida na interpretação de um ator, tamanha sua carga emocional - um exemplo é a declaração de adoração profunda por Tarsila. a qual via como uma deusa do equilíbrio, "inimiga dos excessos"

Friday, November 02, 2012

Reciclagens e memórias...

                                                                                              *
                                 Memórias e reciclagens...

     Começo hoje a pesquisar em minhas agendas
     Algumas  anotações que valem a pena.
     O que procuro?

     Sei lá? Alguma poesia, alguma nota, alguma data.
     Alguma memória esquecida, algum fato que mereça o retrato.

     Encontro pastas de papéis, "documentos fiéis" como já dizia Renato Russo.
     Em pouco tempo eles viram reciclados junto aos jornais amarelados pelo tempo.
     Encontro fotografias perdidas e viajo um pouco numa imaginação utópica...
     ...talvez românticas, eróticas... ( nada a ver com os tons cinzas que nem li ainda)

     O que seria da gente sem a utopia?
     Entre pequenos papéis uma poesia...
     Cujo significado já virou dialética.

     Foram outros tempos, outra vida
     Outros significados, muitos sonhos...
     Alguns resistiram, outros persistem
     Alguns serão reciclados...

     Literalmente.


                                                         Janio Ribeiro


 * Imagem - Di Cavalcante( Apenas para ilustrar)  

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